- Mãe? –
- Sim, João? –
- Sabes?... Conheço um menino, mais velho que eu, que chumbou logo na primeira classe… -
Eu não disse nada, fiquei apenas à espera para ouvir onde é que ele queria chegar.
- Sabes porque é que ele não passou, mãe? -
- Diz lá. –
- Porque… ai como é que se diz… porque ele é “proglemástico”.
O Tomás começou a rir e nem sequer o corrigiu porque já sabe que eu adoro perdidamente estas pérolas. Eu continuei a guiar e a repetir cada letrinha, com medo de me esquecer da palavra. E, de repente, ocorreu-me que grande parte dos “proglemas” das pessoas decorrem de não se saber saborear as falhas e os erros; próprios e alheios. A humanidade podia ser bem menos “proglemástica” se tentasse encarar as falhas ( próprias e alheias) como eu encarei a palavra mal pronunciada do João: como um engano que, a seu tempo, se corrigirá com a aprendizagem, a maturidade e a vivência.
Sim, o Mundo seria mesmo um lugar bem menos “proglemástico” se todos olhassemos para os erros como uma ferramenta fundamental para os futuros acertos! Mas primeiro há que perceber que estamos a errar ou mostrar aos outros que erraram… Por isso acho que hoje vou explicar ao João que é “problemático” que se diz.
Ana Amorim Dias