(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

15.2.12

O encontro


Olhámo-nos e sorrimos. Dois beijos e um novo olhar. Caminhámos para o café onde nos sentámos ao sol. Nunca nos tinhamos visto. Nem falado, na verdade. Apenas alguns mails, trocados nos últimos dias, nos davam a garantia de que gostaríamos uma da outra.
Com uma velocidade surpreendente, a conversa de circunstância deu lugar a um entendimento profundo, feito de torrentes de palavras que nos iam revelando semelhanças de caráter.
Não consegui perceber se o tempo que passámos juntas voou depressa demais ou se conseguimos fazê-lo render de forma quase irreal, mas entendo que há encontros destinados a acontecer. Momentos que, por mais que esperem, acontecem de qualquer forma.
E enquanto recordo,  com uma alegria inexplicável, este encontro-sintonia, não consigo deixar de pensar que os nossos pais, amigos de toda a vida, talvez nunca tenham imaginado que os laços que os uniam se podiam transmitir.
Ana Dias