(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

16.1.12

Amores

  
 Lembro-me de ter cinco ou seis anos e fazer birras de ciúmes por achar que a minha irmã mais velha gostava mais do namorado do que de mim…
- Mas, querida… Há vários tipos de amor e tu nunca vais deixar de ser a minha maninha pequenina.  Por ele tenho amor de namorado e por ti,  amor de irmã.  Podemos amar muitas pessoas ao mesmo tempo! – Explicou-me pacientemente.
- Nunca vais deixar de me amar? – Perguntei eu, a reforçar o beicinho.
- Claro que não, querida. É impossível! –
  Esta conversa tem-me acompanhado sempre.
  Pouco tempo depois tivémos outra irmã. Uma de alma. E coração. Que me apareceu na vida quando ambas tinhamos apenas sete anos. Ontem passei o dia com ela. Falámos do passado, do futuro e do presente. Agradecemos o presente de nos termos. Celebrámos o facto de estarmos sempre presentes uma para a outra. Não fizemos juras de amor eterno porque não precisamos.  Apenas dissemos “amo-te”. Porque ambas sabemos que há vários tipos de amor. Amores invaciláveis que são ancorados por um entendimento quase sobrenatural.
   Há muitos tipos amor e muitas pessoas para amar…. Apenas não devemos esquecer que somos uma fonte inesgotável de capacidade de amar.
Ana Dias